informações: tine.geuer@gmail.com
Fone (19) 995196902
Transparência, formas, cores. Explorar, criar, cortar, lapidar, unir pedaços e transformá-los na mais pura expressão de arte, luz e sentimento.
.......Muito se falou da “Bíblia de pedra”, que essas obras ofereciam ao olhar dos humildes. Não é incontestável que a intenção pedagógica tenha sido primordial para aqueles que mandaram executá-las, e seu objetivo parece ter sido, antes, provocar um choque emotivo, capaz de se prolongar em intuição espiritual. Em uma religião em que o culto era o ato essencial, a principal função da casa de Deus era oferecer aos mistérios divinos um cenário digno da sua grandeza. Mas a beleza das formas não se limitava a ser adequada ao caráter sagrado do oficio litúrgico. A igreja de pedra, símbolo da grande Igreja, povo dos redimidos, devia proporcionar aos fiéis um prenúncio da beleza do céu. Segundo essa doutrina, cada criatura recebe e transmite uma iluminação divina segundo as suas capacidades, e os seres, assim como as coisas, são ordenados em uma hierarquia, segundo o seu grau de participação na essência divina. A alma humana, envolvida na opacidade da matéria, aspira a voltar a Deus. Ela só pode conseguir isso através das coisas visíveis, que, nos níveis sucessivos da hierarquia, refletem cada vez melhor a sua luz. Pelo criado, o espírito pode assim remontar até o incriado. Aplicada ao campo da arte, essa concepção das relações entre 0 homem e o divino levou a multiplicar nas igrejas objetos como pedras preciosas ou obras de ourivesaria sacra, que, por sua irradiação, podiam ser consideradas como símbolos das virtudes e ajudar o homem a elevar-se até o esplendor do Criador. Do mesmo modo, a luz, filtrando-se através dos vitrais, estimulava meditação e conduzia o espírito para Deus, de quem ela era o reflexo...... “Pela beleza sensível, a alma adormecida se eleva até a verdadeira Beleza e, do lugar onde jazia, ela ressuscita para o céu, ao ver a luz destes esplendores.”.....